sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Capítulo 38

Gabis: Papato, por favor, eu não quero.
Papato: Já disse que você não tem querer, seu pé ta inchando.
Gabis: Eu sei mas é só uma torção, vou dar uma enfaixada e daqui uns dias melhora.
Papato: Onde estão seus documentos ? Ari, sobe lá pra avisar a galera.
Gabis: Papato, por favor. - Eu já não sabia se estava chorando de dor ou porque iria ao médico. Sempre detestei hospitais e aqueles médicos todos de branco me davam pavor, apesar de ter convivido a vida toda com a Patricia nesse ramo.
Papato: Seus documentos estão aqui ? - Perguntou abrindo a minha bolsa.
Gabis: Eu não vou Tiago.
Papato: Achei já - Continuou pegando meus documentos e me ignorando.
Gabis: Você não vai me ouvir né ?
Papato: Claro que não, já está decidido. - Nesse mesmo momento o Ari entrou no quarto acompanhado do Duncan que eu só tinha cumprimentado de longe no dia anterior.
Duncan: Eu vou com vocês.
Papato: Avisou geral ?
Ari: Avisei, eles vão ficar dormindo.
Duncan: E é melhor porque não vai adiantar nada ir todo mundo. Já avisaram a Patricia ?
Gabis: Não quero que avisem ela.
Duncan: Mas ela é sua mãe Gabis.
Gabis: Não é não - Ele me olhou confuso e o Papato logo se pronunciou.
Papato: É uma longa história, depois a gente te explica.
Gabis: Eu preciso tomar um banho.
Papato: Vai precisar de ajuda ? - Eu ri.
Gabis: Claro que não - Disse ainda rindo e só aí ele percebeu o que tinha falado.
Papato: Não foi na maldade, eu juro - Se explicou com aquela carinha linda.
Gabis: Tudo bem, tudo bem. Eu só vou precisar de ajuda para pegar uma roupa. - O Ari se dispôs a me ajudar, eu fui até o armário, peguei uma roupinha bem básica, ele me ajudou a chegar até o banheiro e eu tranquei a porta.
 Me despi, tomei um banho bem rapidinho e com muita dificuldade, escovei meus dentes, me vesti, calcei minha alpargata, que era a única coisa que eu conseguiria colocar no pé inchado e saí.

  No meu quarto, os meninos já estavam prontos e já tinham chamado um táxi que estava na frente do hotel nos esperando.
Gabis: Gente, o meu filho.
Ari: Melhor não levar ele não.
Gabis: Não vou mesmo, mas tenho que deixa-lo em algum lugar - Ficamos em silêncio - Tem um pet shop pertinho do meu apartamento que tem hotelzinho e a diária é bem baratinha, eu posso deixá-lo lá e depois peço pra uma amiga minha buscá-lo.
Duncan: Então vamos logo porque seu pé pode piorar. - O Papato juntou as coisinhas do Raj em sua bolsinha, colocou-o em sua casinha de viagem e nós descemos.
 Fomos até o pet shop, o Duncan fez todo o procedimento pra mim e depois fomos para o hospital.
Gabis: Eu estou com muita dor - Chorei.
Papato: Nós já estamos chegando. - Eu não fazia ideia de onde estávamos, nunca fui boa com localização e a minha dor estava tão forte que eu não estava conseguindo nem raciocinar direito. - O trânsito só precisa ajudar.
Gabis: Esse horário é tudo muito complicado nessa cidade - Ficamos mais dez minutos naquele trânsito horrível e finalmente chegamos ao hospital. Mas não era aquele, eu não queria encontrar com a Patricia, ainda não. - Não, eu não quero.
Papato: Gabis, a gente já conversou sobre isso.
Gabis: Esse hospital não.
Ari: Porque não ?
Gabis: A Patricia trabalha aí.
Papato: Se formos a outro hospital, seu pé pode piorar e com esse trânsito nós vamos chegar lá amanhã, é melhor encontrar a Patricia do que perder o pé.
Gabis: Ai credo, Deus me livre.
Papato: Vem que eu te ajudo. - Abriu a porta, me ajudou a descer e nós quatro entramos no hospital.
 Pegamos uma senha e nos sentamos para esperar. Uma enfermeira, amiga da Patricia me reconheceu quando passou.
Xx: Gabi ? - Levantei a cabeça que estava apoiada no ombro do Ari.
Gabis: Oi - Fiquei tentando me lembrar o nome dela.
Xx: Você não me conhece não, nem precisa ficar preocupada - Riu. - Te conheço só por foto e de tanto que a doutora Patricia fala, você realmente é uma menina linda.
Gabis: Obrigada - Respondi visivelmente envergonhada.
Xx: Prazer, eu sou a Paloma.
Gabis: Prazer, Gabriela.
Paloma: O que houve no seu pé ? - Perguntou assustada.
Gabis: Eu cai e acho que torci.
Paloma: Meu Deus, a doutora Patricia sabe ?
Gabis: Não - Disse rápido - Eu não queria que ela soubesse, por favor.
Paloma: Tudo bem, eu vou te levar na enfermaria logo e peço pra alguém da recepção fazer sua ficha. - Nós fomos até a enfermaria, ela me deu um analgésico para aliviar minha dor, colocou a minha ficha na porta de um consultório, pediu que esperássemos e nós agradecemos.
 Um tempinho depois o doutor me chamou e só o Duncan entrou na sala comigo, não tinha motivos pra entrar todo mundo.
Doutor: O que está acontecendo com você Gabriela ?
Duncan: Doutor, ela caiu e acho que torceu o pé - Ele se levantou de onde estava e se abaixou na minha frente para mexer no meu pé. A cada mexida que ele dava, eu gritava, aquele analgésico não tinha feito efeito nenhum.
Doutor: Vou pedir um raio x para vermos se tem alguma coisa mais grave, a princípio é só uma torção. - Me entregou a folha do pedido do exame - Depois me tragam o resultado por favor. - Agradecemos e saímos.
 Fomos até a sala de raio x, eu fiz o exame, esperamos até que o resultado ficasse pronto e voltamos a sala do médico.
Duncan: Deu alguma coisa mais grave doutor ?
Doutor: Felizmente não, nenhum osso quebrado, só precisamos cuidar dessa sua torção. Vou pedir pra imobilizar - Eu torci o nariz e ele percebeu que eu não gostei muito. - É melhor imobilizar pra senhorita não mexer esse pé, pode piorar sua situação.
Gabis: Tudo bem. Doutor, tem como me receitar alguma coisa pra dor ?
Doutor: Você tomou um analgésico, não ?
Gabis: Tomei, mas acho que não fez efeito nenhum, eu ainda estou com muita dor.
Doutor: Bom, você não pode ficar tomando muita medicação, vou te receitar só mais uma e se não melhorar, nós procuramos outro meio de aliviar. Tem alergia a algum medicamento ? - Eu não sabia o que responder. Nunca tinha  me ligado nisso, a Patricia como médica, sempre nos medicou por conta.
Gabis: Não - Respondi insegura.
Doutor: Você vai imobilizar o pé primeiro, depois passa na enfermaria para tomar a medicação e já pode ir pra casa - Me entregou uma folha com tudo direitinho para a enfermaria. - Muito repouso e cuidado com esse pé mocinha, nos vemos daqui a duas semanas. - Agradecemos mais uma vez, fomos até a sala de gesso, meu pé foi devidamente imobilizado, passei na enfermaria, tomei a medicação e a enfermeira me pediu para esperar uns dez minutinhos antes de ir embora.
 Ficamos conversando um tempinho e eu comecei a sentir coceiras nas minhas mãos, vi que tinham algumas manchinhas vermelhas mas nem me importei e preferi me distrair, até o Ari me alertar.
Ari: Gabis, o que foi isso no seu rosto ?
Gabis: Não sei, o que ? - Procurei meu celular para olhar mas não achei.
Duncan: Caraca, seu rosto está todo vermelho. - Disse assustado e me entregando um celular para olhar. Realmente, eu estava toda vermelha e já estava inchando, eu tinha alergia a medicação e descobri isso da pior maneira.
Gabis: Reação alérgica. - Mal terminei de falar e o Papato já estava lá na enfermaria pedindo ajuda.
 Uma enfermeira se aproximou e me levou com cuidado para uma poltrona dentro da enfermaria, colocou um acesso no meu braço e eu tomei mais medicação.
Enfermeira: A outra menina me disse que você não queria que chamasse a doutora Patricia mas ela vai ter que saber, desculpa, mas eu não tenho como cuidar dessa reação alérgica sem falar com a sua mãe. - Eu não disse nada e ela saiu, me deixando sozinha com os meninos.
Gabis: Não queria que ela chamasse a Patricia, era só me dar qualquer anti alérgico e eu já melhorava.
Papato: Desde a hora que nós saímos do hotel, eu estou te ouvindo dizer que não é nada e já já melhora. Não é assim que as coisas funcionam Gabis, você está tentando deixar tudo menos grave porque não quer encontrar a sua mãe, só por isso. - Eu fiquei quieta porque sabia que ele estava certo. - Não quero brigar com você, só acho que as coisas estão muito mal resolvidas pra você já sair falando que a Patricia não é sua mãe, ela te criou a vida toda, ela é mais sua mãe do que qualquer outra que te colocou no mundo.
Gabis: Ela nem ficava em casa direito, em todos os lugares que a gente morou, ela vivia dentro dos hospitais.
Papato: Mesmo assim, quando ela estava em casa, ela te ensinava, te protegia, te cuidava e agora parece que você esqueceu tudo isso, jogou tudo fora porque descobriu de mal jeito que ela não é sua mãe biológica, o que na minha opinião, pouco importa. - Eu continuei quieta e a enfermeira entrou na sala novamente.
Enfermeira: Tenho uma notícia não muito boa para te contar.
Gabis: Mais notícia ruim ?
Enfermeira: Você vai precisar ficar em observação até amanhã.
Gabis: Eu vou ficar internada aqui ?
Enfermeira: Sua mãe achou melhor e o doutor também, o seu quarto já está sendo preparado e daqui uns minutinhos nós subimos. A doutora Patricia disse que no horário de almoço vai te visitar.
Gabis: Tudo bem. - Eu estava precisando conversar com a Patricia mesmo, queria saber a história toda antes de tomar qualquer decisão.
 Nós subimos para o quarto, os meninos disseram que precisavam voltar para o hotel mas que antes de irem embora de Santos, iriam me visitar. Eu fiquei pouco tempo sozinha, até a Patricia entrar.
Minha mãe: Tudo bem ? - Eu estava deitada na cama sem conseguir me mexer direito.
Gabis: Tudo indo.
Minha mãe: Eu fiquei tão preocupada com você meu amor.
Gabis: Não querendo ser chata, mas eu prefiro ir direto ao assunto, por favor.
Minha mãe: O que você quer saber ? - Se sentou numa poltrona de frente para a minha cama.
Gabis: Tudo - Pausei - Desde o começo.
Minha mãe: Tem uma coisa que você precisa saber antes, o Leonardo é seu pai biológico.
Gabis: E você ?
Minha mãe: Agora entra o que você quer saber. - Respirou fundo. - Eu tive o Gil muito cedo, não era nem casada com o Léo ainda, totalmente desestruturada, seu pai era um pouco mais velho mas tinha o juízo igual ao meu. Nesse tempo da minha gravidez até seu irmão fazer dois anos de idade, Leonardo e eu vivíamos em pé de guerra, foi um tempo horrível para nós dois - Pausou e encarou o chão, como se tivesse se lembrando de tudo e eu continuei em silêncio. - No meio dessas nossas brigas, nos mudamos para Buenos Aires e seu pai conheceu uma garota num daqueles barzinhos argentinos e acabou me traindo com ela mas até então, não sabia que a tinha engravidado.
Gabis: Ele te traía, você sabia e mesmo assim aceitava ?
Minha mãe: Seu pai não me traía, isso aconteceu uma vez só e olha, hoje eu agradeço porque se isso não tivesse acontecido, eu não teria você.
Gabis: Ou teria, era só você engravidar de novo.
Minha mãe: Eu tinha medo de engravidar mais uma vez, quando eu tinha quinze anos, um médico me disse que eu não poderia ter filhos e se algum dia, viesse a engravidar, a criança poderia nascer com diversas síndromes por conta de um problema que eu tenho nos ovários. Graças a Deus foi tudo normal com o Gil mas nada garantia que uma outra gravidez não traria problemas. - Ficamos em silêncio. - E eu sempre quis uma menininha... - Mais uma vez, seu olhar estava perdido.
Gabis: Mãe, continua. - Ela voltou a me olhar, eu a tinha chamado de mãe sem nem perceber e ela sorriu.
Minha mãe: Eu descobri algumas semanas depois que essa traição tinha acontecido, a princípio quis me separar do seu pai, não éramos casados no papel, só morávamos juntos, seria muito fácil, mas não, eu gostava muito daquele galanteador - Sorriu e eu a acompanhei. - Ele me pediu perdão, nossa relação começou a melhorar depois de anos e eu acabei esquecendo essa história até um belo dia.
Gabis: Quando eu apareci ? - Sorri.
Minha mãe: Exatamente. Seu pai estava no escritório e eu estava dando almoço pro Gil quando alguém tocou a campainha, abri a porta e me deparei com uma menina bem jovem segurando um bebê pequenininho, todo enroladinho num cobertor branco. Ela começou a falar em espanhol muito rápido e eu entendi muito pouco - Riu - Mas logo conseguimos nos comunicar e eu entendi que era com ela que seu pai tinha me traído e o fruto daquela traição era aquela criancinha, frágil e indefesa que ela segurava sem cuidado nenhum. Conversamos um pouco e ela me disse que não queria dinheiro só queria que eu cuidasse da criança como minha filha mas eu não podia aceitar, mesmo com dó, você era fruto do pecado deles e eu não te deixaria na minha casa. Estava com a ideia formada já, até ouvi-la dizer "voy a dejarlo en alguna calle", aquilo partiu meu coração e num impulso eu disse que cuidaria da menina. - Eu sorri.
Gabis: Então se você não tivesse cuidado de mim, só Deus sabe onde eu estaria agora - Dessa vez, o meu olhar é que estava perdido.
Minha mãe: Nesse mesmo dia, quando seu pai chegou, nós acertamos tudo com a sua mãe biológica - Por alguma razão, ouvir a Patrícia se referir a outra pessoa como minha mãe me doía bastante. - E já fomos ao cartório te registrar.
Gabis: Foi ela que escolheu meu nome ?
Minha mãe: Não - Disse indignada, o que me fez soltar uma mini gargalhada. - Quando perguntei se a criança tinha nome, ela me disse que a mãe dela queria que chamasse Valentina María mas que nós poderíamos colocar outro nome, se preferíssemos.
Gabis: Valentina María ? - Perguntei rindo mas ainda com os olhos um pouco rasos, assim como os da minha mãe.
Minha mãe: Lá em Buenos Aires, quase todas as mulheres que tem nome composto, o segundo nome é María e Valentina é até considerável.
Gabis: Mas os dois juntos não combina.
Minha mãe: Realmente, e eu sempre quis uma princesinha Gabriela também. - Ficamos em silêncio.
Gabis: Me desculpa ?
Minha mãe: Desculpar porque ?
Gabis: Por tudo o que eu te disse e pelo que pensei de você, eu nem sequer quis te ouvir e já fui tomando decisões precipitadas.
Minha mãe: Não precisa se desculpar, você estava nervosa e eu também, acho que me machucou muito pensar que eu poderia te perder.
Gabis: Mas não vai, nunca ! Independente de qualquer coisa, você é minha mãe, foi você quem me deu amor, carinho e atenção, você quem me ensinou tudo o que eu sei da vida hoje, você me pegou no colo em todas as vezes que eu me machuquei e me deu colo, até depois de grande, quando fui machucada por outras pessoas e, sinceramente, eu não poderia ter mãe melhor do que você. - Ela já estava chorando mais uma vez, e não vou negar, meus olhos também já haviam se enchido.
Minha mãe: Minha menina - Foi só o que conseguiu dizer antes de me abraçar. - Eu te amo.
Gabis: Eu também te amo mãe. - Desfizemos o abraço. - Agora deixa eu falar, precisava mesmo me internar aqui ?
Minha mãe: Você sabe que eu sempre fui exagerada mas dessa vez, o doutor também achou melhor. - Respondeu rindo.
Gabis: Ele achou melhor porque você deve ter coagido ele. - Também disse rindo e ela fez uma cara de indignação.
Minha mãe: Eu nunca faria isso, só quero o bem da minha filhinha - Disse em tom irônico e eu ri. - E se reclamar eu faço você ficar aqui mais uns dez dias.
Gabis: Não mãe, pelo amor de Deus, você sabe que eu odeio hospital.
Minha mãe: Dois dias passam rapidinho.
Gabis: Dois dias ? A enfermeira me disse que eu ficaria até amanhã só.
Minha mãe: Mudança de planos, vai ficar até sexta-feira.
Gabis: Porque mãe ? - Ela se levantou.
Minha mãe: Mudança de planos amorzinho, eu preciso voltar, beijo, fica com Deus. - Disse saindo do quarto.
Gabis: Mãe - Chamei mas ela fechou a porta.
 Me estiquei um pouco para pegar o controle da televisão e o meu celular que estavam na mesinha ao lado da cama. Liguei a televisão e resolvi mandar uma mensagem pra Boo.

Amiga, você tá ocupada ?
Gabis! Eu to é preocupada com você
Tudo bem?
Agora sim, mas eu vou precisar ficar aqui uns dois dias.
Aqui onde????
GABRIELAAAAAA
ME RESPONDE SUA VAGABUNDA
Calma Bruna hahahahhahaha desesperada hahhahaha
Achei que você já soubesse...
Ontem eu me hospedei num hotel depois que saí lá de casa e hoje de manhã acabei caindo e torcendo meu tornozelo.
Meu Deus!!!! E onde você tá?
No hospital que a minha mãe trabalha
Vocês se acertaram?
Vai ficar dois dias no hospital?
Mas foi só uma torção mesmo?
Porque vai ficar no hospital então?
Bruna hahahahahhaha se você deixar eu terminar, vou explicar tudo direitinho hahahhaha
Desculpa kkkkkk eu sou apressada kkkk continua
Eu tive uma reação alérgica e vou precisar ficar em observação porque a doutora Patrícia é uma exagerada hahaha e sim, nós nos acertamos, depois, com calma eu te conto toda a história.
Por favoooooor! Porque ninguém sabe de nada, depois que você saiu, a tia chorou bastante, eu fiquei bem preocupada.
Agora tudo se resolveu amiga, graças a Deus
Mas eu preciso de um favorzão
Pode falar
Você tá ocupada ?
Não, fala logo menina.
Deixei o Raj naquele pet shop que ele toma banho, você pode pegá-lo pra mim ?
Claro que eu posso, ainda pergunta essas coisas.
Amiga, mas olha, como eu deixei ele no hotelzinho, vai ter que pagar a diária
Você pode pagar pra mim e quando eu voltar pra casa te dou o dinheiro ?
Gabriela, fica quieta, eu vou buscá-lo, pago tudo o que tem que pagar e você fica aí despreocupada.
Ai, eu me sinto mal Boo...
Vai dormir vai
Eu já dormi hahaha
Vai fazer outra coisa então que eu vou buscar meu neném.
Não esquece que o filho é meu hahaha ridícula
Beijo amiga kkkk
Beijo haha obrigada amiga.

 Como eu já tinha acertado tudo, resolvi dormir um pouco porque estava muito cansada. Algum tempo depois cheguei a ver alguém abrir a porta mas estava com tanto sono que mal abri os olhos. Só acordei horas depois com a enfermeira trazendo meu jantar, comi tudo rapidinho, ela me ajudou com o banho e eu voltei a dormir porque ainda estava com muito sono, acho que a medicação que eu estava tomando para a minha alergia era realmente muito forte.


CONTINUA...

Bem, vamos lá. Nessas semanas que eu fiquei afastada daqui, a ideia de "abandonar" a história e parar de escrever passou muitas vezes pela minha cabeça mas não é o que eu quero de verdade. Estou passando por um momento muito difícil na minha vida, meu lado emocional está horrível e eu estou sem cabeça nenhuma para escrever ou fazer qualquer tipo de coisa. Decidi ontem que não seria o certo parar a história assim, do nada, ainda tem tanta coisa para acontecer, quero fazer vocês derramarem lágrimas com os personagens mas também quero fazê-los rir até a barriga doer, poder mostrar essa história que está no papel há dois anos e meio e ver que estou agradando é maravilhoso, mesmo, agradeço sempre cada visualização de página e cada comentário, por isso, não vou parar de escrever mas tenho um pedido a fazer: talvez eu fique longe por mais umas duas ou três semanas e quero pedir para que não desistam de ler, por favor, quando as coisas melhorarem, quando tudo se ajeitar na minha vida, eu vou voltar a postar toda semana e garanto que vocês não vão se arrepender de ter esperado esse curto (eu espero) tempinho.
 Muito obrigada pela compreensão, um beijo enorme em cada um de vocês, fiquem com Deus <3